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Dia Mundial da Liberdade de Imprensa maio 3, 2008

Posted by eduardotrindade in Jornalismo Participativo.
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O Editorial da Zero Hora de hoje é um bom exemplo de transparência nas políticas editoriais durante a cobertura eleitoral. Fica porém, em épocas de tempestades de opinião através dos blogs, a dúvida não explicitada: Possui o jornalista do grupo RBS, ou de qualquer outro grande grupo de comunicação, plena liberdade para escrever um blog pessoal que ele alimente fora de seu horário de trabalho?

Defendo, particularmente, que sim, mas entendo que com a atual visão de mercado midiático em que vivemos é praticamente impossível esperar bom senso e tolerância dos meios de comunicação hegemônicos, quando aquilo que seu jornalista estiver escrevendo em seu blog pessoal vier de, e não ao, encontro do que se tem por linha editorial do veículo.

Não concordo com a prática de empresas jornalísticas de proibição de blogs pessoais para seus jornalistas, mas tenho bons indícios para acreditar que ela exista, ainda que de forma oculta. Você já procurou o blog pessoal de algum comentarista político da grande mídia, por exemplo? Pode ser que ache, mas se o fizer, constatará que o conteúdo ali postado não distoa em nada da política editorial da empresa para a qual trabalha. E quando aquilo que o jornalista tem a dizer é contrário ao que pensam os editores do grupo? Será que é possível encontrar algum blog pessoal de colaborador da RBS, ou de qualquer outro grande meio de comunicação, nestes termos? Duvido muito.

No dia Mundial da Liberdade de Imprensa, acho louvável, como disse no início do post, a iniciativa de transparência das políticas editorias do grupo RBS no que diz respeito às eleições. Esperaria, contudo, neste dia tão representativo para a diversidade e pluralidade de fontes e opiniões no jornalismo, que também fossem mencionadas quais são as regras para os colaboradores que, em seus blogs pessoais, fora do veículo, expuserem suas opiniões se elas forem contrárias aos interesses do veículo.

Tenho minhas dúvidas se estas políticas com relação a blogs estariam realmente de acordo com a verdadeira Liberdade de Imprensa, ou mais de acordo com o que alguns teóricos chamam de Liberdade de Empresa, hipótese na qual a publicação ou não de determinados conteúdos opinativos depende primordialmente do que pensa a Empresa, não o jornalista. Talvez por isso nem possam ser divulgadas.

Enquanto isso, aproveito para, como jornalista, agradecer ao poder da blogosfera. Se hoje estás lendo este post e sabendo como penso a respeito da Liberdade de Imprensa na era digital é, justamente, por causa da democratização da produção, possibilitada pelas plataformas blogueiras.

Ainda que muitos pensem o contrário, creio que futuro da busca por informação passe pelos círculos de confiança que os blogs são capazes de oferecer e que a grande mídia está perdendo, justamente por causa desta soberba de impor apenas aquilo que os donos aceitam e por acreditar que sua posição como fornecedor confiável de informação está garantida e inabalada. Doce ilusão.

Encerro o post, remetendo, como tenho feito em alguns posts desde que o li, à obra esclarecedora de Hugh Hewitt, sobre Blogs e seu poder no novo cenário da busca por informação. É um MUST-READ para quem se interessa pelo tema e até pra quem não se interessa, mas não deseja ficar para trás. Boa leitura.

Hugh Hewitt’s must-read book abril 18, 2008

Posted by eduardotrindade in New Stuff.
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3 comments

I’ve just read Hugh Hewitt‘s book called Blog – Understanding the information reformation that’s changing your world. It’s, certainly, a must-read for journalists and everyone who wants to get inside other’s thoughts.

Of course, I have to be honest, I fully disagree with Hewitt’s point of view towards politics. Not only about his point of view, but also about the way he expresses his anger against the democrats in the book. As a journalist, I have to tell this brilliant lawyer, teacher, radio presenter and blogger that one of the best qualities a communication’s man should present is accepting different opinions instead of just considering his own as something considerable or valuable. Although I think that’s something impossible for someone who supports Bush, for example.

Well, back to the book. So if you consider reading this book because of the author’s political points of view, then I’m not writing this post to you (just like he writes throughout the book). I’m writing this post to tell you this: Everyone who is considering having a blog in the next days or months should really read the book. But please, don’t take the author too serious when it comes down to his political opinions.

As we all know: nothing is quite perfect. Neither is the great book, Blog, by Hugh Hewitt.